quinta-feira, 15 de março de 2012

A padaria que se fantasiou de restaurante


Outro dia eu estava caminhando com minha mãe pelo centro da cidade. Era hora do almoço e resolvemos almoçar em algum lugar por ali mesmo. Na busca por algum restaurante nos deparamos com um self-service cujo proprietário confuso não teve a firmeza de decidir entre abrir um restaurante ou uma padaria. Logo, era um lugar meio lanchonete, meio padaria e no fundo, restaurante. Acho engraçado quando ando por aí e me deparo com esse tipo de estabelecimento indeciso entre ser uma churrascaria ou pizzaria.
Essa situação me recordou de uma discussão com amigos que tive há pouco tempo, sobre uma decisão de alguns bares da cidade de servir almoço durante o dia. CALMA LÁ NÉ? De dia é Maria e de noite é João? Podem me chamar de neurótica, mas eu não confio nesse tipo de lugar! Sempre pensei que pra tudo na vida há que se ter foco. Antes de abrir qualquer tipo de negócio acho que os empresários devem se perguntar sobre seu foco. Afinal meu amigo, se o seu forte é fritar coxinha , não vá mexer com churrascaria. POR FAVOR.
Aí você tem uma churrascaria cujo rodízio serve pizzas também. Aí o lugar certamente tem um churrasqueiro E um pizzaiolo. ARRAM. Eu duvido. E se tiver um churrasqueiro que também é o pizzaiolo, coitado desse trabalhador/cozinheiro/churrasqueiro/padeiro/pizzaiolo e coitado de você que tá comendo o que ele faz.
Também já percebi que os nomes dos lugares dizem muito! Gostaria de oferecer alguns exemplos, mas creio que se você partilha da mesma opinião, saberá estas referências. A minha mãe riu do meu posicionamento sobre isso. Não sei se sou a única que pensa assim. Enfim, cansei de escrever. ME JULGUEM.
Sobre o restaurante? É claro que eu não entrei.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A neura, a insônia e o comichão

Como diria Nathalia Klein, talvez um blog seja mesmo uma espécie de divã. Talvez escrever seja um tipo de terapia, uma prática em que as pessoas refletem a partir de monólogos, discussões internas com problemáticas e soluções plausíveis. Talvez. Fato é que a insônia pra mim é a grande propulsora desta sessão. É, comigo rola muito isso... Existe sempre este conflito neurótico que tem o poder de me envolver nas madrugadas. Às vezes eu tenho a impressão de que eu passo o dia todo como um enorme vegetal e finalmente quando o sol se põe, não sei de onde, começa a fluir uma energia que libera notas criativas. Seria eu um ser noturno de vida boêmia? Prefiro não entrar (por enquanto) nessa parte da história.
Mas então, tinha esse blog, mas eu fiquei pensando em mudar tudo por aqui. Porque na verdade, quando esse blog surgiu, eu ainda vivia o cárcere do curso de artes plásticas que tomou longos sete anos da minha vida. Tá, fazer artes foi uma escolha pessoal, baseada nas vontades de uma adolescente no auge da rebeldia que se fechou para outras perspectivas. É claro que a faculdade me acrescentou muito e também minou gradativamente as minhas possibilidades criativas durante um bom tempo. Criativa... Já fui. Agora, sem mais nem menos, essa característica (qualidade?) que há muito se escondia bem no fundo de algum lugar cavernoso, resolve sair na noite pra dançar?
Minha criatividade dançando comigo às três da manhã e eu querendo dormir. Aí fatalmente rola um Chico, vão-se horas de improdutividade na internet, jogatina (que faz parte da minha alma idosa, mas esta também é outra história), vem a comilança e com ela aqueles quilinhos que eu tinha planejado perder no projeto verão 2012, enfim, quando rola uma escassez de atividades zumbis eu me deito no escuro e penso “agora eu consigo dormir”. Aí vem aquela ansiedadezinha que começa a trazer um montão de idéias daquelas que um artista jamais deixaria pra amanhã. Talvez você não conheça as angústias de um artista, melhor pra você. Acredite, idéias coçam como picadas de borrachudo.
Na tentativa frustrada de ignorá-las percebo que aquele escuro durou aproximadamente quarenta minutos e o dia está nascendo e os pássaros fazendo todos os tipos de barulhinhos “lyndos” que caracterizam TUDO o que você não queria ouvir agora.
É nessa hora que eu penso “vou virar”, virar do verbo futuro, da noite que já ficou no passado. Complexo. Mas aí quem vem? O SONO. Parece que é mesmo só pra me sacanear. E aí eu também resolvi sacanear ele, por que ele não pode chegar assim, agora, achando que vai dominar a situação. De acordo com o protocolo do orgulho feminino, há que se resistir pelo menos um pouco a qualquer tipo de comportamento impositivo como este, afinal, as mulheres (há exceções) deixaram a algum tempo de ser submissas. E este também, nem de longe é um assunto que pretendo abordar aqui.
Isso tudo foi pra dizer que a partir de agora vou voltar a escrever aqui como tratamento de uma pessoa, digamos, ansiosa. Eu também fiquei pensando que talvez eu abandone o tratamento daqui uns dias... Mas aí pode ser um blog por temporadas né? Talvez também ninguém tenha interesse de ler e talvez eu me cure milagrosamente, então, não vamos lidar com expectativas, não espere nada além dessas sandices. Enfim, agora já posso dormir.